Dos tempos de infância
Lá no Rio Chumucuí
Aquelas mangueiras frondosas,
Chupando mangas gostosas,
Tomando açaí natural,
Pescando em cima da ponte
Naquele rio gigante
Jandiá, traíra e piau.
Perdeu-se o rio a infância
Saqueado pela ganância
Envelheceu triste ficou.

E lá no rio do Ferreira
No Tubo, no Cereja,
No Galego
Quem por lá nunca passou?
Políticos inescrupulosos
Empresários gananciosos
Cercaram tudo. Acabou.

Chora o rio Caeté
A pérola enegrecida,
Mas não pelo seu brilho,
Mas pela orla impregnada,
As coroas todas lotadas
De ferros de embarcação,
De projetos infalíveis,
Falíveis pela corrupção.

Nos idos tempos de feira,
Da pescaria do mandi,
Das imensas mangueiras,
Daquelas lindas palmeiras
Que Deus pôs por ali.
Dos veleiros com peixe seco
Do jambeiro do Rex-Bar
Da lancha Rio Caeté
Que se arriscava ao mar,
Chora são Benedito
Da montanha do Camutá.

Categories: