A fila do Banco

Todo mês é aquele fole
Um puxa encolhe danado
Lá na fila do banco
Pra receber um minguado.
Tem gente que lá madruga
Outros chegam ao amanhecer
Uns com odor na axila
Outros com a barba a fazer
Uns que furam a fila
Nuns a cachaça destila
Com os dentes a apodrecer.
Conversam sobre novelas
Falam de futebol
Alguns esfregam as mãos
Pra curar o terçol.
Algumas com TPM
Outras na menopausa
Mas todas brigando
Por uma causa igual
Receber o seu dinheirinho
E torcer pra que tenha
Um bônus salarial.


Os idosos salientes.
Não falam da andropausa
Os clientes mais novos
Olham para as mais magras
Os velhos experientes
Falam sobre o Viagra,
Aqueles mais pueril
Pra não ficarem pra trás
Discutem sobre o pramil.
Quando a porta abre
É algo muito cruel,
Igual animal faminto
Num verdadeiro tropel,
Algo só acontecido
Há muito tempo vivido
Lá na torre de babel.
Uns esperam por aumento
Outros a dívida pagar
Seja o supermercado Carlito
Ou a promissória da Constrular
Ou a dívida mais devota
Daquele desgraçado ladrão
Chamado de agiota.

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