Chega o politiqueiro
Na casa do cidadão:
_ Bom dia, meu amigo
É uma grande satisfação,
O compadre tem candidato
Pra votar nessa eleição?
Diz o pobre coitado:
Pra votar nessa eleição?
Diz o pobre coitado:
_ Ó mulher, traz um cafezinho
Com um pedaço de pão.
Resmunga um dos filhos:
_ Esse aí é meu,
Não leva pra ele não.
Cochicha a mulher:
_ Esse peste só aparece
Em tempo de votação
Chega aqui de jumento
Mas volta de avião!
O político:
_ Como vai a lavoura?
Se intromete a mulher:
_ Vai de mal a pior,
Deu uma seca danada
Que até cavalo na bunda sua,
O milho virou pipoca.
A mandioca se come crua.
E do marido, a macaxeira é o que restou
Mesmo assim a pobre coitada
Vez ou outra fracassou.
Ta vendo essa meninada
Foi vizinho que ajudou
E aqui nos come
O pão que o diabo amassou.
Interfere o doutor:
_ Por que tanto desespero
Se eu sou a solução.
Se votarem em mim,
Faço chover no sertão,
_ Faço nevar no Piauí
Pra melhorar esse calorão
Vou reflorestar a Amazônia
Que tem do mundo o pulmão.
Vou lhe dar uma fazenda,
Com uma dúzia de garanhão.
Com duzentas vacas nelore
Pra fazer a reprodução.
Faço até Satanás
Pedir a Cristo perdão.
Diz o analfabeto:
_esse cabra é bom
É nele que vou votar,
É um bom mentiroso,
Mas sabe bem papear,
Deve enganar Jesus Cristo
Buda e até Alá,
Esse peste mentiroso
Sem um pingo de amor fraterno
Que o DIABO o carregue
Lá pros quintos dos infernos.
Categories:
politica